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São Francisco de Assis retratado por Candido Portinari |
No início de outubro deste ano o poeta e
escritor Wagner Vieira estará lançando o seu primeiro livro solo. Atuante há
mais de 15 anos no cenário cultural de Conselheiro Lafaiete e região, o poeta
anuncia a obra pela Lesma Editores, que prepara o material.
Nascido em Conselheiro Lafaiete e com
raízes em Queluzito e Casa Grande, o poeta prepara um livro relativizado com o
discurso mítico. “Franciscantos” é o nome da obra na qual cidades norteiam o
cenário: o mundo em sua órbita universal, a busca pela vida plena.
O lançamento acontecerá no dia 4 de
outubro, dia de São Francisco de Assis, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição
com participação do Madrigal Roda Viva, Grupo Lesma e artistas convidados.
Entre tantos lançamentos na cidade, a poesia de Wagner Vieira abre seu caminho.
A tradição literária de nossa cidade e a
força de perseverar entre correntes aparentemente diversas, é também um fato a
se pensar. Por um lado vivemos no eixo do turismo que é o portal do Vale do
Piranga e, por outro, o portal do Paraopeba: a grande Queluz de Minas.
Para cantar essas virtudes, desatinos e
firulas, existem os livros e que o livro de Wagner Vieira entre por esse viés!
Osmir
Camilo, editor
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O
nascimento da semente
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“Franciscantos” é o primeiro livro solo do autor |
Se a poesia é o canal por onde Deus
respira, os poetas são, na outra ponta, os receptores do hálito divino ao
converterem-se em porta-vozes de uma mensagem. Foi assim que nasceram os
primeiros louvores, os primeiros cantares, salmos, orações: os primeiros
poemas.
Espontânea foi como surgiu a inspiração
que me levou a escrever este livro quando tomei contato com a mensagem
franciscana no ano de 2003, época em que estudava Filosofia na Universidade
Federal de São João Del-Rei. Foi lendo seus cânticos, poesias, cartas e orações
que eu descobri que São Francisco de Assis, além de um dos santos mais queridos
do Cristianismo, era também poeta.
Porém, pela escassez de registros documentais,
esses cantares se perderam ao longo dos séculos restando pouquíssimos vestígios
do que deve ter sido “a obra poética de São Francisco”. Do que restou lemos
aqui um poema de exaltação às maravilhas do Senhor, ali uma prece, acolá
paródias de orações mescladas a trechos do Evangelho até depararmo-nos com o
comovente “Cântico das Criaturas”, a obra-prima que popularizou o Santo como
cantor da Natureza.
Mas qual emoção e alegria me causaram
ler aqueles parcos documentos poéticos! À medida que lia, eu ia imaginando
quantos outros poemas Francisco não teria escrito e que se perderam na moagem
do tempo. À medida que esse esforço em imaginar ia se tornando em mim um
exercício, começaram a nascer os primeiros versos do livro que mais tarde eu
chamaria de “Fransciscantos”.
Wagner
Vieira
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Paz
& Bem
Não sou poeta, não sou artista, nem
compositor. Sou frade menor que canta o amor de Francisco de Assis na vida
simples de fraternidade e no amor aos pobres, sendo arauto do Grande Rei, que
deu sua vida por nós. Sinto-me feliz porque há homens que ainda se encantam com
Francisco, apesar de mais de oitocentos anos de sua passagem entre nós. Louvo
ao Senhor que fez desta criatura sinal real do amor revelado nas criaturas.
Àqueles por ele enamorados canta a beleza da vida na sua diversidade, canta o
amor expresso na vida vivida com sabedoria e sensibilidade.
Hoje Francisco carrega sonhos e ilusões
do amor que se concretiza nos pobres e marginalizados de nosso tempo. Wagner
Vieira buscou no poverello de Assis,
o cantar da vida, do amor nas suas dimensões mais profundas. Acredito e espero
que esta obra, na sua riqueza, possa continuar a falar deste santo levando
as pessoas a se enamorarem pela beleza de sua vida.
Abraços e que Deus te ilumine e te
abençoe.
Frei
Jaime Eduardo Ribeiro (OFM)