terça-feira, 30 de abril de 2013

Alunos da FDCL conhecem Presídio e IML de Lafaiete

Os alunos assistiram a uma demonstração com os cães adestrados
“As pessoas que entram em um presídio jamais saem de lá da mesma forma. Elas jamais esquecem essa experiência; passam a pensar diferente.” Com essas frases, que a professora Marta Mariza Barbosa Borges de Alencar explicou o objetivo da visita técnica realizada no dia 10 de abril ao presídio da cidade. 32 alunos do primeiro e segundo períodos da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL) participaram da experiência e aprenderam um pouco mais sobre Direito Penal.

Para a Mestre em Direito, a visita pode ajudar os alunos na vida acadêmica e, futuramente, na vida profissional: “Como temos uma população extremamente jovem, este tipo de atividade os faz crescer um pouco e adquirir experiência pessoal. Eles também passam a conhecer a realidade penal no Brasil. O Direito Penal é o que mais se beneficia dessa atividade, desmistificando conceitos anteriormente tidos como únicos e verdadeiros”, declarou.

Quem recebeu os alunos durante a visita foi o diretor geral do presídio, Gelcimar de Oliveira Neves, e o diretor adjunto, que também é aluno da FDCL, Adameck Manuel de Ferreira. Eles proporcionaram aos alunos uma visão real do que seja o sistema prisional e sensibilizaram os acadêmicos para o valor em respeitar os direitos humanos: “A recepção foi calorosa e descontraída o que muito contribuiu para quebrar alguns medos que ainda persistiam em alguns alunos”, relatou a professora.

Os acadêmicos conheceram alguns presos, o funcionamento do presídio e a estrutura do local: “Durante a visita técnica, vimos todos os passos dados pelo preso, desde sua chegada até seu destino final. Visitamos todas as instalações do presídio, tanto as já utilizadas como as que estão em construção. Conhecemos a sala de visita íntima e os pré-requisitos para fazer uso dela; conhecemos o parlatório; assistimos a parte de um jogo de futebol no pátio interno e percorremos os corredores onde ficam as celas, uma feminina e as masculinas. Também conversamos com vários presos e pudemos conhecer os trabalhos artesanais e artísticos feitos por eles”, contou Marta Mariza.

Na visão da docente, a visita ao presídio foi proveitosa aos alunos: “Todos, sem exceção, voltaram da visita com outra forma de pensar as penas e os presídios. Alguns expressaram sua preocupação em nunca passar para o lado de dentro das celas. Também perceberam que, apesar da precariedade das instalações, os recursos humanos com que conta nosso presídio fazem toda a diferença. Os alunos acharam interessante a fala do diretor geral: ‘Espero vocês aqui reivindicando os direitos dos presos porque eles são pessoas humanas e merecem ser respeitados em seus direitos fundamentais’”, lembrou.

Para finalizar o dia, os alunos ainda conheceram o Instituto Médico Legal (IML), que fica próximo ao presídio de Lafaiete: “A visita foi propiciada pelo médico do IML, Dr. Rômulo de Azevedo Castro. Tivemos uma verdadeira aula de medicina legal e também conhecemos um dado estatístico que nos impressionou, qual seja: o percentual de perícias feitas em mortos é somente 11% sendo. Os demais 89% feitos pessoas vivas. Mudamos, então, um preconceito, e passamos a ter um conceito do que seja a atribuição do IML”, finalizou.

Após a visita ao IML e as palavras do Dr. Rômulo, os agentes do presídio fizeram apresentações, simulando a atuação dos cães adestrados em possíveis ocorrências, tais como: tentativa de fuga; tentativa de motim dentro das celas; perseguição a suspeitos etc.

Nenhum comentário:

Postar um comentário